Santo António das Areias é...…uma freguesia portuguesa do concelho do Marvão, com 35,91 km² de area, 1 102 habitantes e uma densidade populacional de 30,7 hab/km².
A zona central e mais antiga ...…de Santo António está implantada numa suave encosta, principalmente, exposta a poente, drenada por linhas de água de curso sazonal, das quais se destaca o Ribeiro do Lobo e a Ribeira do Tragazal.
Até 1569 não pode ser encontrada qualquer referência a esta aldeia, mas pode avaliar-se a hipótese deste lugar ter sido ocupado a partir dos fins do Império Romano.
Com a destruição da cidade de Ammaia e sob a pressão dos Bárbaros, constata-se, principalmente a partir dos finais do século V, uma nova forma de ocupação dos solos. Pequenos e médios casais agrícolas começam a estabelecer-se nas encostas suaves, não muito longe de linhas de água, envolvidos por terras com alguma aptidão agrícola mas, sobretudo, não muito evidentes na paisagem.
A instabilidade política obrigava...…a alguma precaução. Desses alvoraçados tempos são conhecidos vários testemunhos nas imediações de Santo António das Areias. Destes são de destacar os pequenos habitats da Água da Cuba, da Patinha da Burra, da Asseiceira, da Ranginha, do Lagar dos Frades ou o da Feijoeira. Qualquer destes sítios arqueológicos, apresenta uma implantação orográfica muito semelhante à que se verifica em Santo António. Possivelmente, esta aldeia terá origem num desses habitats que, após a Reconquista Cristã, foi crescendo gradualmente vindo a merecer a edificação de um templo dedicado a S. Marcos.
Esse templo, em torno do qual se edificou o primeiro cemitério da aldeia, terá cedido quando se procedeu à transladação coletiva para o atual, já em inícios do século XX.
Embora não haja...…qualquer informação sobre a data da construção da Igreja de S. Marcos ela seria, seguramente, anterior à de Santo António tal hipótese baseia-se no facto dos mais idosos do lado de lá da fronteira quando se referem à aldeia de Santo António das Areias denominarem-na por S. Marcos. Eventualmente, esta antiga toponímia pode ter, também, alguma relação estreita com a afluência de espanhóis às festas em honra de S. Marcos. originariamente, esta povoação terá emergido em torno da desaparecida igreja de S. Marcos.
A nova igreja...…provavelmente construída na segunda metade do século XVI, terá dado origem a outra organização urbana em torno do novo e maior templo, levando à perda de centralidade da de S. Marcos.
A data para a edificação da Igreja de Santo António assenta na leitura da inscrição gravada no capitel do cruzeiro onde, com dificuldade, ainda se pode ler 1769.
Se a leitura estiver correta e se o cruzeiro for contemporâneo da construção da igreja, a data da centúria de setecentos que está gravada na base granítica que sustentou o púlpito que se encontrava no interior da Igreja de Santo António deverá corresponder a uma fase de remodelação ou reconstrução deste templo e não à data da sua fundação.
Tendo por base o primeiro livro de registos com um batismo no ano de 1715 e constando no mesmo livro o assento do primeiro casamento em 1716 e o primeiro óbito em 1722, é provável que esta freguesia tivesse sido formada no ano de 1715, ou um pouco mais cedo, embora já neste local existissem dois templos mas nenhum deles constituído, até essa data, como sede paroquial.
As gentes residentes neste local estariam ligadas a uma das freguesias sediadas em Marvão, ganhando a sua autonomia apenas no início do século XVIII.